Técnicas de Orientação e Mobilidade
quarta-feira, 12 de outubro de 2016
Orientação e mobilidade para o aluno surdocego e com deficiência múltipla (sensorial e motora)
A orientação e
mobilidade é um conjunto de técnicas e estratégias, baseadas em informações psicos sensoriais, que auxiliam a criança a se orientar e a se locomover nos
espaços em que ela vive e que devolvem para a pessoa surdocega (os jovens e adultos
que se tornaram surdocegos no de correr da vi
da) um deslocamento orientado e seguro para conhecer o seu entorno e dele
usufruir.
Segundo Gense & Gense (2004) e Giacomini (2005), as
necessidades que as pessoas surdocegas têm de aprender e de utilizar as técnicas de orientação
e mobilidade estão relacionadas a três aspectos, que antecedem às próprias
técnicas:
- VÍNCULO: a aproximação a uma pessoa surdocega deve ser tranquila e devagar.
- SEGURANÇA: a pessoa surdocega começa a se sentir mais tranquila ao perceber que pode confiar nas pessoas com as quais ela formou um vínculo.
- COMUNICAÇÃO: cada pessoa surdocega dispõe de um sistema de comunicação diferente, que pode ir desde o mais concreto (uso de objetos de referência) até o mais simbólico (libras tátil, escrita na palma da mão).
"Guia intérprete é aquele profissional que serve de canal de comunicação e visão entre a pessoa surdo cega e o meio no qual ela está interagindo" (GIACOMINI, 2002, p. 31).
O papel do instrutor
mediador é de intermediar a comunicação de pessoas surdocegas e deficientes
múltiplos congênitos que não possuem um sistema de comunicação simbólica e
guiá-la.
Com o desenvolvimento
da criança surdocega, ela vai sendo
exposta a outras experiências como engatinhar, andar com apoio de um adulto,
saber posicionar suas mãos como proteção, utilizar carrinhos de brinquedo como antecipador de obstáculos e a
própria pré-bengala como instrumentos para se deslocar com segurança e
confiança para conhecer seu entorno.
Os pais devem receber
orientação para auxiliar os filhos no seu dia a dia a utilizar a pré-bengala.
GIACOMINI,
L. Análise de um programa: Passo a Passo Orientação e Mobilidade para pessoas surdocegas (dissertação de
mestrado). São Paulo, Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, 2008.
Fatores Interdependentes da Orientação e Mobilidade
Segundo a professora
Nely Garcia (2001), ressalta
aspectos necessários a serem considerados para o desenvolvimento de orientação
e mobilidade, tanto para as pessoas com deficiência visual, como para as
pessoas com surdocegueira e deficiência
múltipla sensorial. São eles:
POSTURA: Entendemos por várias posições do corpo: em pé, sentado, caminhando, correndo, deitado ou executando alguma atividade.
As pessoas surdocegueiras, elas não dispõe de
uma imagem corporal, onde dificulta na correção da postura ideal e afeta o
equilíbrio.
ANDAR: As
pessoas surdo cegas necessitam recuperar
o modo de andar, através de exercícios físicos ou atividades motoras.
EQUILÍBRIO: O equilíbrio estático depende de uma
base de sustentação ampla e a estabilidade depende de um centro de gravidade
constante e estável. Já o equilíbrio dinâmico depende da ação de muitas forças
que, durante a movimentação, deslocam o centro de gravidade, alinhando-se em
seguida com um ajustamento que corrige a situação de equilíbrio.
MANEIRISMO:
São
movimentos encontrados nas pessoas surdocegas e, em geral, não gozam de boa aceitação na sociedade.
Assim, são tiques como balançar o corpo para frente e para trás, movimentar
exageradamente braços e pernas, inclinar a cabeça, e muitos outros.
DESENVOLVIMENTO
MOTOR: Inclui
as habilidades motoras finas e grossas de uma forma harmoniosa e integrada que
implicam movimentos de musculatura, como caminhar ou correr ou movimentos mais
finos, como os realizados com o pulso ou com as mãos.
DESTREZAS
DE MOBILIDADE: Incorporar
as técnicas de orientação e mobilidade para promover o movimento no seu
ambiente com segurança e facilidade (desenvolver memória muscular).
O que é o AEE?
O Atendimento Educacional Especializado (AEE), definido pelo Decreto nº 7.611, de 17 de novembro de 2011, é gratuito aos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, e deve ser oferecido de forma transversal a todos os níveis, etapas e modalidades, preferencialmente na rede regular de ensino. De acordo com o decreto, o Atendimento Educacional Especializado compreende um conjunto de atividades, recursos de acessibilidade e pedagógicos, organizados institucional e continuamente, prestados de forma complementar à formação de estudantes com deficiência e transtornos globais do desenvolvimento; e suplementar à formação de estudantes com altas habilidades/superdotação.
Para Orientação e Mobilidade, temos:
- Conhecimento dos espaços
- Mapa mental
- Maquetes ou mapas táteis
- Aprendizado diário
Esclareça suas dúvidas sobre o preenchimento da Educação Especial no Censo Escolar, por meio dos documentos abaixo:
Dicas de livros sobre Educação Inclusiva
Você que é professor, estudante, pesquisador ou quer apenas conhecer mais sobre esse assunto tão importante para uma boa convivência acadêmica, temos 11 opções de boa leitura, veja só:
- “O PROFESSOR E A EDUCAÇÃO INCLUSIVA: FORMAÇÃO, PRÁTICAS E LUGARES” – MIRANDA, T. G.; GALVÃO FILHO, T. A. (Org.).
- “PESQUISA NACIONAL DE TECNOLOGIA ASSISTIVA” – GALVÃO FILHO, T. A., GARCIA, J. C. D.
- “AS TECNOLOGIAS NAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS INCLUSIVAS” – GIROTO, C. R. M.; POKER, R. B.; OMOTE, S.. (Org.).
- “EDUCAÇÃO INCLUSIVA, DEFICIÊNCIA E CONTEXTO SOCIAL: QUESTÕES CONTEMPORÂNEAS” – GALVÃO, N. C. S. S.; MIRANDA, T. G.; BORDAS, M. A.; DIAZ, F (Org.).
- “ESTUDANTES COM DEFICIÊNCIA NO ENSINO SUPERIOR” – PIMENTEL, S. C. (Org.).
- “TECNOLOGIA ASSISTIVA” – COMITÊ DE AJUDAS TÉCNICAS/SDH/PR.
- “TECNOLOGIA ASSISTIVA PARA UMA ESCOLA INCLUSIVA: APROPRIAÇÃO, DEMANDAS E PERSPECTIVAS” – GALVÃO FILHO, T. A.
- “TECNOLOGÍA ASISTIVA EN ENTORNO INFORMÁTICO: RECURSOS PARA LA AUTONOMÍA E INCLUSIÓN SOCIOINFORMÁTICA DE LA PERSONA CON DISCAPACIDAD” – GALVÃO FILHO, T. A.; DAMASCENO, L. L.
- “TECNOLOGIA ASSISTIVA NAS ESCOLAS: RECURSOS BÁSICOS DE ACESSIBILIDADE SÓCIO-DIGITAL PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA” – Instituto de Tecnologia Social – ITS BRASIL (Org.).
- “TECNOLOGÍA ASISTIVA EN ENTORNO INFORMÁTICO: RECURSOS PARA LA AUTONOMÍA E INCLUSIÓN SOCIOINFORMÁTICA DE LA PERSONA CON DISCAPACIDAD” – GALVÃO FILHO, T. A.; DAMASCENO, L. L.
- “TECNOLOGIA ASSISTIVA NAS ESCOLAS: RECURSOS BÁSICOS DE ACESSIBILIDADE SÓCIO-DIGITAL PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA” – Instituto de Tecnologia Social – ITS BRASIL (Org.).
- “INCLUSÃO DIGITAL E SOCIAL DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA” – GALVÃO FILHO, T. A.; HAZARD, D.; REZENDE, A. L. A.
- “AMBIENTES COMPUTACIONAIS E TELEMÁTICOS NO DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS PEDAGÓGICOS COM ALUNOS COM PARALISIA CEREBRAL” – GALVÃO FILHO, T. A.
Assinar:
Postagens (Atom)